Burocracia ou sala de aula: O que fazer quando falta tempo para ensinar?
A vida do professor é uma grande divisão entre ensinar e cumprir burocracia. Planejar aulas, preparar slides, elaborar exercícios e corrigi-los, planejar avaliações, revisar os planos de ensino, participar das reuniões de planejamento escolar, dar o feedback das avaliações, adicionar notas ao sistema acadêmico, participar das reuniões de professores, analisar os pedidos de revisão de provas, preencher os planos de aula, registrar as aulas no sistema acadêmico, preencher as cadernetas de notas, estudar e se atualizar. Ufa! Parece uma lista gigante, mas essas ainda nem são todas as atividades desempenhadas pelos professores.
Por isso, a pergunta que não quer calar é: com tanta tecnologia educacional disponível, por que os professores continuam acumulando um monte de trabalho braçal?
O fato é que os professores estão, constantemente, sendo requisitados nas etapas de trabalho que envolvem burocracia, mesmo tendo que dar conta das atividades de ensino propriamente ditas com a mesma intensidade.
E, para agravar, quando uma nova tecnologia aparece, em muitos casos, ela endossa apenas as tarefas burocráticas do processo, pois, geralmente, inclui novos formulários a serem preenchidos, ou mais um sistema para ser alimentado por quem já está super atarefado!
Quando este é o caso, os professores ficam prisioneiros da própria burocracia pedagógica, sobrando muito pouco tempo para pensar, planejar e executar as principais atividades de ensino.
E ainda enfrentam o dilema da gestão do tempo, pois eles têm consciência de que grande parte das atividades burocráticas do processo são, de fato, necessárias, ou, até mesmo, fundamentais para o bom andamento do processo de ensino.
O grande desafio, portanto, é que os estudantes não fiquem sem o devido suporte pedagógico do professor. E que este não seja substituído por uma série de sistemas e outros instrumentos sem objetivos pedagógico claros.
Então, como fazer para equilibrar a balança de trabalho?
O objetivo chave, especialmente dos gestores educacionais, é que o professor consiga dar conta da burocracia, sem perder o foco dos processos de ensino. Para isso, listamos, abaixo, algumas coisas que precisam ser avaliadas:
Quais são as tecnologias realmente necessárias e que agregam valor ao processo de ensino?
O gestor educacional precisa avaliar o processo de trabalho do professor com base em critérios como: ele segue um passo a passo estruturado? Quanto tempo em média gasta trabalhando na burocracia? Os campos são de fácil preenchimento, ou o layout é convidativo? Existe algum professor que consegue fazer a mesma atividade de forma mais rápida? Se sim, por que não socializar a sua maneira de trabalho com os colegas?
Só assim, o gestor terá subsídios concretos para avaliar se a nova tecnologia efetivamente contribuiu para o gerenciamento das atividades, ou não. Em resumo: mapear o processo de trabalho, mensurar seu desempenho, compará-lo após a chegada da nova tecnologia e avaliar seus resultados.
Os objetivos de aprendizagem estão claros e bem estabelecidos?
As disciplinas precisam ter objetivos de aprendizagem claros (leia nosso artigo sobre o tema: Objetivos de Aprendizagem), ou seja, todos têm conhecimento do que se espera alcançar com tais conteúdos? Os professores precisam concentrar seus esforços no ensino das habilidades e conhecimentos descritos nas matrizes de referência. Assim, dificilmente, perderão o foco do que deve ser ensinado, otimizando o seu tempo de produção de conteúdo e a sua própria avaliação de desempenho.
Você já fez uma revisão dos processos pedagógicos e administrativos de sua instituição de ensino?
Ao analisar os processos de trabalho de escolas e faculdades, verificamos que há muita redundância nas atividades exercidas pelos professores; ou seja, várias etapas de trabalho poderiam ser resumidas a um comando. Isso aumenta a morosidade do trabalho e diminui a eficiência pedagógica.
Por exemplo, no processo de elaboração das provas, em muitos casos, os professores criam sozinhos os itens que, por sua vez, não passam por qualquer revisão orientada e/ou não há nenhuma ferramenta tecnológica que facilite esse processo (leia nosso artigo: Como criar um Banco de Questões em sua Escola ou Faculdade).
Assim, esses itens elaborados de forma solitária chegam às avaliações sem filtro pedagógico e a avaliação pode não refletir os objetivos de aprendizagem propostos nos planos de ensino, nem avaliar aspectos interessantes acerca do aprendizado do aluno. Dessa forma, todo o trabalho pode ser perdido!
Observe que, no exemplo acima, o trabalho burocrático do professor é fundamental para embasar os processos de ensino, mas se trata de um trabalho com características cumulativas.
Isto é, se a avaliação for incorretamente elaborada, uma série de consequências negativas do ponto de vista pedagógico podem ocorrer, como o desnorteamento das devolutivas, o diagnóstico errado acerca do nível de aprendizado dos estudantes e, até mesmo, grandes perdas financeiras para as instituições de ensino.
A união faz a força!
É essencial, portanto, que gestores educacionais e professores se unam para analisar o modo atual de trabalho sem ter medo de identificar lacunas, e permaneçam unidos na busca por soluções que reduzam redundâncias, automatizem etapas repetitivas e padronizem os processos. Dessa forma, a burocracia inteligente e o processo criativo da construção de um ensino eficiente poderão se complementar em benefício da educação.
É neste intuito que a Plataforma Qstione se coloca à disposição das instituições de ensino: automatizando processos, gerando dados e concretizando uma avaliação do ensino baseada na melhoria contínua. Conheça nossa tecnologia!
Até o próximo artigo!